Mulher, mãe e monogâmica.

by - dezembro 12, 2016


Eu acreditava há um tempo que poderia ser amada por uma pessoa, somente por aquela pessoa que em meu íntimo era a única. Mas aí que está o problema, eu ainda acredito nisso! Não posso ser hipócrita e dizer que sou desconstruída, que aceito uma relação aberta de boa e que viver engolindo sapo faz parte de um relacionamento. Não posso me ferir desse jeito, estou acabando com a minha integridade. Acredito no conto de fadas ainda, um momento feliz ao lado de uma pessoa e não de várias.


Mas em contrapartida, tenho os meios desejos. Um deles é ser mãe solteira, trabalhar em uma grande cidade, amar o meu filho da cabeça aos pés sem me preocupar com coisas de macho. Ter somente eu pra cozinhar pra quem eu quiser e não pra um ou dois. Não ter que dar explicações sobre o porque de não transar "essa noite." E principalmente, não ter que ficar implorando uma atenção.

Tudo isso não vem de um homem só, e sim de uma maioria e não pretendo fazer repúdio aos coitados, até porque gosto deles, mas pra ser um bom pai e bom marido, muita coisa falta, principalmente compaixão.

Nunca imaginaria que pudesse estar morando com um homem, tendo uma vida a dois! Isso pra mim sempre foi uma vitória, mesmo após todas as dores que passei com o sexo masculino. Mas, em meio à tantas lutas internas e físicas, percebo que meu corpo e meu espaço não pertence mais ao que eu acreditava. Somente no que sinto e vivo hoje.

Amanda Belém foi muito bem criada pelos conceitos de uma família tradicional brasileira, que não aceita maconha em casa muito menos a umbanda com religião. Amanda cresceu em meio ao egoísmo. Amanda cresceu eu meio ao MACHISMO. Ou seja, a esperança de uma vida livre é quase nula, talvez seja por isso que o conto de fadas tem sido muito forte na minha vida.

É preciso sair dessa zona de conforto interior, que humilha sem saber e sem querer. Meus seios vazam, minha barriga pesa e meus sonos chegam de repente. Que homem vai entender essa transformação divina? Que homem não vai vacilar numa noite com outra mina enquanto a mulher está grávida? Que homem vai entender que a agora a vida é diferente?

A gente sabe que não têm resposta para o óbvio e o que resta fazer é se libertar para onde quisermos.

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