Sofri violência Obstétrica
Há 7 meses o Otto chegou ao mundo de uma maneira não muito agradável, mas lutei para que fosse
o mais respeitoso possível. Não tinha dinheiro para ter o Otto em parto domiciliar, que no Brasil é um absurdo, porém justo. Afinal, é uma equipe grande para dar o suporte necessário, incluindo a Doula.
o mais respeitoso possível. Não tinha dinheiro para ter o Otto em parto domiciliar, que no Brasil é um absurdo, porém justo. Afinal, é uma equipe grande para dar o suporte necessário, incluindo a Doula.
Já sabia que teria Otto pelo SUS, e que todo o meu pré-natal também seria por lá. Pois bem, os meses foram passando as consultas eram sempre muito produtivas sempre deixava claro que o parto normal era a minha escolha.
No dia 7 de março tive a minha ultima consulta por volta das 15h e já há 3 dias que meu tampão estava saindo. Não achei que fosse pra frente, imaginei que ele fosse chegar dia 10 de março mesmo, de acordo com a data prevista.

Mas tava super bem, até que senti uma fortíssima e consegui falar com a Nathalia que é Doula e que ficou de me dar um suporte antes de chegar à maternidade. Fiz com que o Hugo entrasse em contato com a Nath para se encontrarem, afim de trazê-la pra casa. Ela chegou e disse que eu estava ótima, mas eu sabia que a hora estava chegando.
Horas se passavam e a dor só ia aumentando e eu gritava, uma dor horrível mas eu sabia que era pro meu bem. Exatamente à 5h30 da manhã a bolsa estoura na cama e fomos correndo para a maternidade. Chegamos e fomos muito mal atendidos, o médico plantonista se recusou ler o plano de parto (onde a gestante escreve o que ela não quer que faça durante o parto); a enfermeira me tratou feito um lixo quando tentava tirar a minha blusa.
Estava com 10cm de dilatação e a enfermeira me colocou sentada na cadeira de rodas. Foram erros e violências atrás da outra. A monobra de Kristeller, episiotomia, ocitocina e o parto clássico (deitado) foram impostos, não tive voz alguma e a Nathalia que foi a minha acompanhante, muito menos.
Otto nasceu com APGR 3 depois 9. E fui descobrir que quase morreu quando ele foi fazer o teste do pezinho e o pediatra me falou, porque se dependesse do médico que fez meu parto, estava ferrada e nunca saberia.

Nós mulheres precisamos resistir e lutar pelos nossos direitos. Questione sem medo e vá a luta!
Otto está com 7 meses hoje e graças à Deus está mais sapeca do que nunca.
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