Advertências de um mundo moderno.

by - junho 13, 2021

A gente se cobra muito por faltar algo que a gente nem sabe de fato o que pode ser. To me cobrando por não ter feito as unhas. Porque a casa não ta arrumada. Por meu filho estar incansavelmente tirando as minhas energias 24h por dia e sim por assistir a família neto que detesto. Essa auto cobrança é o que nos limita e irrita tudo o que já construímos. Quero te incluir nessa onda porque sei que trabalhar é algo muito amplo e pode ser que essa mensagem te atinja de alguma forma. 

Esse rolê de sobrecarga já existe há tempos na minha vida. Me recordo que nas antigas passava horas escrevendo sobre os problemas adolescentes que eu gostaria de ter vivido de forma natural. Mas como nunca rolou através do universo, fui caçar umas merdas pra fazer por aí. Que no mais era pintar os olhos, me vestir de emo, jogar a madrugada toda em internet discada e não tomar banho porque estava "na minha fase emocore punk grunge que chorava no myspace". Fora sair de madrugada enquanto minha mãe trabalhava pra sentar na praça e conversar com pessoas aleatórias, simplesmente por querer ouvir suas histórias cheias de doenças. E eu era maluca num tal de ALEX EVANS MODELO. 

Achava o máximo essa época porque roubava um cigarros da minha mãe e me achava a rebelde,inconsequente, mas o HIGH SCHOOL MUSIC não saía da minha playlist, misturado com PAPA ROACH. Entretanto eu tinha que admitir que era uma surtada de 14 anos NERD que sabia mais de programação HTML,JAVASCRIPT e me fodia porque passava a resposta para meus "amigos" playboys".Isso tudo porque vivia uma infância/adolescência trancada em casa estudando e chorando.

Muitos vão dizer: "Mas você ta reclamando demais! Tu era NERD!". Mas as tais advertências do mundo moderno começaram a bater na minha porta."Cria-se filho pro mundo" não é isso que os pais dizem? Só que no final das contas a síndrome do ninho vazio bate e ninguém consegue ser o que PRECISA SER, porque o mundo existe né, enquanto a gente fizer parte dele. Exigente e abusivo é a sociedade que nos faz melhor através da dor, seja do outro ou dos animais.

E fui sendo obrigada a me adaptar à essa realidade pra ser alguém na vida. Necessitava fazer parte de uma tribo, mesmo não querendo, confesso. Foi aí que o caos se instalou, afinal entendi que quanto mais anti sistema eu me tornasse mas difícil seria a aceitação da minha família. 

Mas essa era a intenção, e no dia em que minha mãe pegou um baseado eu vi o "céu na boca do inferno". 

Veja o desfecho no próximo texto... 

 Te espero lá. 
 Amanda Belém.

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